Sombras do passado - Corra Paullo, corra!

Olá pessoas... Tudo bem com vocês? Comigo está mais ou menos...
Ontem eu estava conversando com uma amiga minha e dentre os tópicos da conversa acabamos chegando a um ponto do qual eu não gosto de me lembrar nenhum pouco. Que foi a época que eu sofria bullying. Essa época rendeu várias "cenas" ... Bullying é como se fosse o nome do livro e cada coisa que aconteceu é um capítulo. 
E resolvi trazer um desses capítulos pra vocês, para que vocês saibam nem que seja um pouco do que eu sofri. A finalidade dessa publicação não é fazer com que vocês sintam dó de mim, mas que abram ainda mais seus olhos em relação a esse mal que corre solto dentro das instituições de ensino. Eu não irei divulgar o nome de ninguém e nem o nome do colégio. Agora vamos para a história...




     Era uma tarde chata no intervalo como de costume do colégio. Eu e minhas amigas R, L, J, A e T estávamos conversando próximos a nossa sala. Quando de repente aparece o causador do meu medo, ele chegava escondido com o intuito de me fazer passar vergonha. Então ele passa a mão no meu braço e eu levo um susto, rapidamente eu me afasto e vou para trás de R, depois T fala para ele sair de perto da gente, então com um sorriso malicioso ele sai.
     Em um momento eu fui para a sala enquanto as meninas haviam ido ao banheiro antes que a professora chegasse, e quando eu me sento ele aparece novamente e dessa vez ele está acompanhado de mais dois amigos, que assim como ele, faziam da vidas dos outros um inferno. Eu sentava no fundo, ou seja, eu estava encurralado. Ele chegava encostando em mim e eu sempre me afastando, e ele sempre com um olhar obscuro sobre mim. Levantei da cadeira, passei para o outro lado e fui para fora.
     Naquele mesmo dia eu me cansei de tudo, eu esperava que essa fosse a última vez, pois esse problema já ocorria a mais de um ano, eu não podia falar para meus pais sobre o que estava acontecendo por motivos extremamente delicados e eu já havia falado sobre isso na secretaria duas vezes e a única coisa que eu podia fazer era esperar que ele se cansasse e me deixasse de lado. 
     Faltando meia hora pra sermos liberados pedi licença a professora e fui à secretaria. Disse que não suportava mais e que não queria ficar com medo todos os dias. A coordenadora e a diretora disseram que iam resolver e voltei pra sala. Faltando 15 minutos para sermos liberados, a coordenadora passa na porta da minha sala dizendo que estava procurando por ele, mas ela se confundiu, pois ele não estudava comigo - graças a Deus - então ela foi na sala dele e na hora A disse:
     - "Nossa, agora a coisa vai ficar feia pro lado dele!"
     Neste momento senti meu corpo gelar, o medo foi maior do que qualquer outro que já tivesse sentido. O tempo acabou e faltava pouco para sermos liberados. Minha amiga J disse:
     - "Paullo, é melhor você correr, pois ele deve sair e te esperar do lado de fora. Corra Paullo... Corra!"
     E para o meu azar, ela estava certa. Vi ele saindo da sala dele, arrancando o uniforme. Corri desesperadamente, tentando me salvar. Passei voando pelo portão.  Era um fim de tarde, o céu estava nublado e os pássaros ali já não voavam, atravessei a avenida correndo feito um louco e duas mulheres que passavam do outro lado me olharam como se eu fosse um doido, pisei em uma pedra que acabou fazendo meu pé doer um pouco, me escondi atrás da casa da esquina e de lá olhei ele gritando em frente ao colégio. E de tanto medo me escondi como pude... Durante 7 anos. 

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